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Piraí, Rio de Janeiro, Brazil
Nasci no Ceará, no Cariri, na cidade do Crato, em 12/03/44, passei parte da minha infância na fazenda Tanques e em Milagres, aos 10 anos, em 1954, vim para o Rio de Janeiro, com minha mãe e irmãos, juntar-se ao meu pai, que há um ano já se encontrava aqui.
Ateu por convicção, médico e professor por devoção. Especialista em pediatria e medicina esportiva, professor de fisiologia e anatomia aplicadas à atividade física na UFRRJ.

sábado, 1 de outubro de 2011

FAMILIA ESMERALDO: NA INTEGRA A FONTE DA SUA ORIGEM

Há alguns anos publiquei no blog da família a sua origem. Embora de fonte muito fidedigna saibam que muitos ainda duvidam da mesma. Quer seja pela confusão com a família Esmeraldo da Ilha da Madeira ou pela vontade de ter uma origem francesa. Hoje, pago a minha dívida publicando na íntegra, a matéria do grande historiador, Pe. Gomes.                                          

No dia 24 de abril de 1949 ele publicou no semanário cratense ECOS DA SEMANA, um artigo sobre a vida do meu avô Antonio Esmeraldo, falecido no dia 13 daquele mesmo mês e ano. Era filho de Antonio Esmeraldo da Silva, que originou um dos cinco troncos da família. Na verdade, meu avô era Antonio Esmeraldo Filho, donde podemos perceber que seu pai retirou o Silva do seu nome. Mas em matéria de excluir nome, seu filho não ficou para trás e retirou o Filho do seu nome. Após as pesquisas cheguei à conclusão que fez isso por se sentir injustiçado pelo pai na questão de heranças.

O artigo resumia a vida do meu avô e desfilava suas virtudes. Proximamente irei publicá-lo.
No número seguinte do semanário, editado no dia 1º de abril de 1949, Pe. Gomes publicou a origem da nossa família, que passarei a reproduzir fielmente. Seria injusto se antes não agradecesse a querida tia Anette que me enviou xerox do jornal. Anette Pinheiro Esmeraldo é a caçula e a ultima dos filhos de Antonio Esmeraldo. Reside na cidade berço da família, a aprazível Crato. No dia 27 de julho desse ano de 2011 completará 90 anos e receberá merecida homenagem. Com o auxilio de uma potente lupa consegui decifrar as apagadas letras do velho jornal em sua totalidade. Não poderíamos deixar de reverenciar aquele que nos possibilitou conhecer a origem da nossa historia: PADRE GOMES

                                             
Padre Antonio Gomes de Araujo foi aluno do Seminário do Crato, da turma de 1922. Em 1925 concluiu o curso de teologia. Por muitos anos foi brilhante professor de História do Ginásio do Crato. Um dos maiores historiadores caririense, publicou várias obras, entre elas, A Cidade de Frei Carlos, O Apostolado do Embuste, Origem das Famílias Caririense, entre outras.

O ARTIGO – Ipson literis
"Na última edição deste semanário, fixei aspectos da vida pública do finado Antonio Esmeraldo e emiti considerações que me pareceram em harmonia com a realidade objetiva dos fatos. Ocupar-me-ei, hoje, de assuntos genealógicos em torno do mesmo personagem. Pelo lado paterno, descendia, Antonio Esmeraldo, dum tronco que a crônica registra na galeria daqueles que, na ordem do tempo e da importância, figuram entre os primeiros elementos humanos formadores da gene caririense e primeiros artistas da civilização neste lado da Serra do Araripe.

Esse tronco se expressa pelo casal baiano-cratense, Coronel Silvestre Ribeiro da Silva e dona Ana Lopes de Andrade, já em 1762, nessa condição civil, fixado no “Brejo da Ponte do Miranda”, ou no “Engenho do Miranda”, ou ainda, “Missão do Miranda”, então denominações genéricas dessa gleba que, a partir de 1764, denominar-se-ia Crato, por determinação oficial do Ouvidor, que inauguraria a Vila, naquela data de 21 /6/1764.

Filho legítimo de Agustinho Ribeiro da Silva, português, e de sua mulher dona Maria de Miranda Bezerra, baiana, nasceu Silvestre Ribeiro da Silva, em São José das Itapororocas, hoje pertencente ao município baiano de Alagoinha.* Seus pais estavam domiciliados na sexta decúria do século 18, em terras da freguesia cearense de Icó.

Pelo lado materno, Antonio Lopes de Andrade, português, da freguesia lusitana de S. Geraldo, diocese de Braga, e sua mulher dona Izabel Ferreira da Fonseca, paraibana, da então freguesia de Mamanguape – foram os pais de dona Izabel Lopes de Andrade o Coronel Antonio Lopes de Andrade, que foi senhor de terras no “Salamanca”, hoje Barbalha e juiz ordinário da nascente-“Povoação de Sam José dos Cariris Novos, hoje Missão Velha – já em 1743, residia no citado”Engenho da Ponte do Miranda”.tanto ele como o citado coronel Silvestre Ribeiro da Silva pertenceram aquela corrente de colonos que do Rio Jaguaribe afluíram ao Cariri, pelo rio Salgado; durante o século 18, pois os pais do segundo eram fixados no Icó, e o primeiro tinha filhos casados naquela freguesia e em Jaguaribe Mirim: Francisco, Tomé e Venceslau Lopes de Andrade; bem como Maria Vas de Aguiar, todos nascidos no brejo do Miranda, já mencionado.
O casal Silvestre Ribeiro da Silva – Izabel Lopes de Andrade, ela, natural desta terra, teve filhos, dentre eles: Antonio Lopes da Silva, casado com Ana Maria de Mendonça Beserra, filha do alferes Manoel de Sousa Beserra, pernambucano, e da cratense Caetana Perpetua Beserra; José Joaquim de Santão, casado com dona Antonia Maria, portuguesa, filha do português comandante José Nunes de Almeida e Barbosa e de sua mulher Dona Carmosina Maria, de S. Mateus-Ceará; Lourença Pires Ramos, casada com o português, bragantino, Lourenço José Ferreira, residente nesta gleba; Úrsula Maria do Nascimento, casada com Francisco Xavier Ferreira; Gonçalo Lopes da Silva, casado com Dona Josefa Teresa de Jesus; coronel Agostinho Ribeiro da Silva, casado com dona Eugenia Maria Ferreira.

Ribeiro da Silva, Ribeiro de Aguiar, Ribeiro Lobo, são ramos que traem comunidade de tronco na história dos municípios de Crato e Joaseiro do Norte. Do coronel Agostinho Ribeiro da Silva, o referido, nascido a 14 de dezembro de 1762, no “Brejo da Ponte do Miranda”, e de sua esposa, dona Eugenia Maria Ferreira, nasceu o coronel Antonio Ribeiro da Silva, que se casou com dona Ana Teodósia Ferreira de Aguiar.

Um dos filhos destes – José – passou a assinar-se José Esmeraldo da Silva.
Nasceu, José Esmeraldo da Silva, aos cinco dias do mês de dezembro do ano de 1827, no território deste município e foi batizado na igreja matriz da freguesia de Nossa Senhora da Penha, da então vila do Crato, por seu vigário, colado: Manoel Carlos da Silva Saldanha, que saíra, há poucos anos, das prisões da capital baiana em companhia de Francisco Correa Arnaud, Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, diácono José Martiniano de Alencar, Bárbara de Alencar, padre Carlos José dos Santos Alencar e outros – todos implicados na revolução democrático-nacionalista, rebentada nesta cidade, em 3 de maio de 1817.

Em 6 de junho de 1849, casava-se José Esmeraldo da Silva, supramencionado, com sua prima Ana Teodósia Ferreira de Aguiar Melo, celebrando-se a cerimônia religiosa, no sitio S. José, compreendido na jurisdição da comarca cratense, tendo sido oficiante o vigário Manoel Joaquim Alencar do Nascimento. No mesmo sítio, S. José, onde residia, aquele casal viu nascer seu primogênito, no dia 12 de maio de 1850, o qual se chamou Antonio Esmeraldo da Silva, que veio a casar-se em primeiras e segundas núpcias respectivamente, com dona Maria de Santana Gonçalves e dona Nazarena Gonçalves, filhas legitimas do coronel Pedro José Gonçalves da Silva, avô paterno do deputado estadual Dr. Wilson Gonçalves, ora representando o Crato na Assembléia Legislativa do Ceará.

Desses dois matrimônios houve Antonio Esmeraldo da Silva os seguintes filhos:

a) José Esmeraldo da Silva, jornalista, falecido;
b) Monsenhor Pedro Esmeraldo da Silva, cujo nome figura numa das ruas desta cidade, orador sacro, também desaparecido do número dos vivos;
c) Álvaro Esmeraldo, falecido;
d ) Dr. Julio Esmeraldo da Silva, residente no estado de Minas;
e) Irineu Esmeraldo da Silva, colhido pela morte quando cursava humanidades;
f ) Zacarias Esmeraldo da Silva, falecido na quadra da adolescência;

g) Dr. Raimundo Esmeraldo, cirurgião dentista em Copacabana, Distrito Federal;
h) Maria de Santana Esmeraldo Pinheiro, desaparecida da vida presente e que foi casada com José Pinheiro, atualmente integrado na corporação legislativa deste Município;
i) Dr Zacheu Esmeraldo, há pouco falecido, quando exercia o cargo de Livre Docente da cadeira de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil;
j) Major Adauto Esmeraldo, da ativa do Exército Nacional e, no momento, exercendo o cargo de Diretor da Divisão da Policia Política e Social, do Distrito Federal;
k) Professora Maria de Lourdes Esmeraldo, inupta, membro do Corpo Docente do Ginásio Santa Teresa de Jesus, desta cidade;
l) Dona Pia Esmeraldo Álvares Cabral, viúva do Coronel José Leite Álvares Cabral;
m) Antonio Esmeraldo, (1) aquele que é objeto central deste trabalho e cuja ascendência genealógica, pelo lado paterno, consegui recuar até aquele tronco baiano-cratense, descendente por sua vez, como se viu, de dois troncos luso-brasileiros.

De Antonio Esmeraldo e sua esposa dona Ana Pinheiro Esmeraldo, nasceram:
a) Maria de Santana Esmeraldo;

b) Alice Esmeraldo;
c) José Esmeraldo,tendo morrido, estes três na primeira idade;
d) Alice Esmeraldo, falecida aos 12 anos de idade;
e) Antonio Esmeraldo Filho, casado com dona Dalvinisa Norões Esmeraldo, e já inscrito no número dos mortos;
f) Alcides Esmeraldo ou Madre Esmeraldo, a sombra do véu das Irmãs Doroteas, e que precedeu de pouco, ao pai, rumo a sepultura;
g) José Pinheiro Esmeraldo, agricultor, casado com dona Maria Amélia Esmeraldo;
h) Fábio Esmeraldo, solteiro, recém formado pela faculdade de Medicina da Universidade do Brasil; i) Silvio Esmeraldo, agricultor no município de Milagres, casado com dona Maria Dasdores Oliveira Esmeraldo;
j) Cristovam Esmeraldo, agricultor no município de Missão Velha, casado com dona Ana Almeida Esmeraldo;

k) Homero Pinheiro Esmeraldo, casado com dona Walquiria de Mendonça Esmeraldo e cirurgião dentista na Capital Federal;
l) Dona Maria Pia Esmeraldo Barreto, casada com Juvêncio Barreto, funcionário da Fazenda Estadual;
m) Dona Maria Lasalette Esmeraldo Gonçalves, casada com Unias Gonçalves Norões, bancário, é professora e diretora do segundo Grupo Escolar Estadual desta cidade;
n) Cira Esmeraldo, inupta, elemento ativo do Corpo Docente do Ginásio Santa Teresa de Jesus, retrocitado;
o) Ana Esmeraldo (Anette), professora, solteira,secretária da Prefeitura Cratense.
Deixa Antonio Esmeraldo 43 netos vivos e um bisneto.

Patriarca fecundo, seu exemplo contrasta com a atitude negativa de uma burguesia bem acomodada e sibarita, que pratica o próprio suicídio biológico – um dos índices de SUS marcha fúnebre – em face da constante ascensão quantitativa dos elementos humanos das classes por ela desprezadas e exploradas, mas destinadas a superá-la e suceder-lhe pelas próprias vias da natalidade.
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(1) Filho do primeiro matrimonio de Antonio Esmeraldo da Silva

* Segundo nossas pesquisas, não consta que o povoado São José das Itapororocas tenha pertencido ao município baiano de Alagoinhas. Vejamos o que encontramos no artigo:
A COMUNIDADE NEGRA RURAL DO POVOADO DE MATINHA DOS PRETOS:
“O Povoado de Matinha, sede do Distrito de mesmo nome, localiza-se na zona rural do município de Feira de Santana, nas proximidades do Distrito de Maria Quitéria, anteriormente denominado São José das Itapororocas.”
Portanto, Silvestre Ribeiro da Silva, o baiano que migrou para o Icó e posteriormente para o Cariri, nasceu em terras que hoje pertence a grande cidade baiana de Feira de Santana."

Fonte: ECOS DA SEMANA, p. 3; 1/5/1949.

 
CONCLUSÃO:
Pelo exposto, fica bem clara a nossa origem:
AUGUSTINHO RIBEIRO DA SILVA à SILVESTRE RIBEIRO DA SILVA à AGOSTINHO RIBEIRO DA SILVA à ANTONIO RIBEIRO DA SILVA à JOSÉ RIBEIRO DA SILVA (QUE PASSOU A ASSINAR-SE JOSÉ ESMERALDO DA SILVA) à GEROU OS CINCO TRONCOS QUE DERAM ORIGEM A FAMILIA ESMERALDO:

1. Antonio Esmeraldo da Silva (meu bisavô) 2. Ana Esmeraldo da Silva (Mãe Naninha) 3. José Esmeraldo da Silva Filho (Tio Senhor). 4. Agostinho Esmeraldo da Silva 5. Pedro Esmeraldo da Silva

ESMERALDO entrou no lugar de RIBEIRO e posteriormente, o SILVA, em quase sua totalidade foi excluído, dando lugar ao ESMERALDO. Até hoje algumas famílias mantem ESMERALDO DA SILVA.


JOSÉ ESMERALDO DA SILVA - 05-12-1827
Esse foi o homem que introduziu o sobrenome ESMERALDO no seu nome Hipótese mais plausível: retirou o seu sobrenome do meio, da sua família materna,que ainda não estou certo de qual seria,pois me parece que Ribeiro da Silva era um sobrenome composto da sua familia paterna, por conta de uma desavença com seus tios maternos por causa de herança. Escolheu Esmeraldo, por que segundo consta era apelidado de "José Esmerado", pois tinha muito esmero em tudo que fazia. Mais tarde, muitos troncos começaram a eliminar o SILVA, ficando apenas o Esmeraldo. entretanto, outros mantiveram o sobrenome composto: ESMERALDO DA SILVA


No dia 6 de junho de 1849, portanto com 21 anos, o então José Esmeraldo da Silva, casou-se no Sítio São José, com sua prima legítima, por parte da família materna, Ana Theodósia Ferreira de Aguiar Melo, tendo sido oficiante o vigário da comarca do Crato, Pe. Manoel Joaquim Alves do Nascimento. Esse casamento deu origem aos ramos Esmeraldo da Silva.


Ana Theodósia Ferreira de Aguiar Melo esposa de José Esmeraldo da Silva

O fato de ter se casado com uma Melo, levou a alguns parentes, de gerações anteriores, a acharem que a família tivera origem na família Melo,o que definitivamente não é verdade.
No mesmo sítio São José, onde residia o casal, nasceu no dia 12 de maio de 1850, o primogênito, o qual se chamou Antônio Esmeraldo da Silva.

Desse casamento, nasceram alem do acima referido, entre outros, ANA ESMERALDO DA SILVA (Naninha), PEDRO ESMERALDO DA SILVA, TIO SENHOR, AGOSTINHO ESMERALDO DA SILVA e ROSINHA.

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